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Crônicas agudas de um cérebro em um jarro criada e mantida por
[B]aKkeR
Esta página está sendo mantida online por motivos históricos e não é mais atualizada. Meu novo weblog está em http://cronicasredux.blogspot.com
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quarta-feira, junho 30, 2004 saído diretamente do jarro
Teste de "pureza Nerd" de 500 pontos (um teste de pureza é, por definição, uma marca de quão não-algo você é, portanto, quanto maior sua pontuação, menos de algo há em você)
You answered "yes" to 236 of 500 questions, making you 52.8% nerd pure (47.2% nerd corrupt); that is, you are 52.8% pure in the nerd domain (you have 47.2% nerd in you).
According to the scoring guide, your nerd experience level is: You refuse to live anywhere without pizza delivery
Your Weirdness Factor (AKA Uniqueness Factor) is 34%, based on a comparison of your test results with 29463 other submissions for this test.
Alguns litros de AEHC (álcool etílico hidratado combustível) 96%
R$ 0,91 no posto Agip da Marginal da Washington Luis cada litro
2 Novas-Schin (uma com e uma sem areia dentro do copo)
R$ 4,00 (R$ 2,00 cada)
Lava-Rápido, ficha tipo 3 (carros muito sujos ou enlameados no Posto Ipiranga "do Tigrão")
R$ 3,90
Lista das coisas que não tiveram preço:
- Usar pela primeira vez os pneus de lama do Gol Ninja na antevéspera dele ser turbinado
- Kim me chamando de Fred
- Encontrar Bromo, Cava e todo pessoal que eu via o tempo todo no Café
- Show do Massacration (Hermes e Renato tocando "Metal")
- "Oi !"
- Igor Cavalera com máscara de "lucha libre" tocando bateria pro Massacration
- Joselito quebrando um "pedaço de pau" na cabeça de um cara
- "Raruêêê Raruôôô"
- Joselito quebrando uma "guitarra" na cabeça de outro cara
- Cover de Kill with Power do Manowar
- Mijar no intervalo sem sentir ânsia de vômito com o cheiro do banheiro
- Encontrar o Thumbzz e o Kim saindo do banheiro (e o Kim NÃO me chamar de Fred)
- Show do Sepultura
- Derrick Greene aprendeu a falar mais português que da outra vez que ele veio pro interior de SP (inclusive os clássicos "Show de bola" e "Do caralho", além do já conhecido "Puta que pariu" e "Obrigado Brasil")
- Show do Sepultura
- O Jimmy dar cotovelada no côco daquele baixinho filho da puta que achava que aquilo era show de punk-rock e ficava chutando dum lado pro outro
- Show do Sepultura
- As minas se beijando, depois beijando dois caras, depois trocando os caras e depois indo se esfregar no Maykon
- O Maykon andando pra trás enquanto a mina se esfregava nele
- Show do Sepultura
Acho que por menos de R$ 30,00, a noite valeu MUITO a pena, e sem ajuda de MasterCard porra nenhuma
Uma vez eu fui para a Florida e durante a minha estada lá a companhia aérea que deveria me transportar de volta para o Brasil pediu falência (foi a Pan-Am, em 1991). Por causa disso eu fui levado de avião não para o Brasil, mas para Nova York, de onde eu não poderia sair do aeroporto enquanto alguma companhia aérea não concordasse em nos voar de volta pra casa. Fiquei perambulando os terminais durante horas, brincando com as máquinas de refrigerante e com os orelhões com acesso via modem à rede WorldNet da AT&T (13 anos atrás eu não entendia tanto de computadores como hoje e aquilo parecia maravilhoso). Até encontrei mais gente de S. J. Rio Preto presa no aeroporto na mesma situação. Mas naquela mesma noite voei para o Rio e de lá para São Paulo, em casa enfim.
Merhan Karimi Nasseri não teve a mesma sorte. Em 1977 o iraniano filho de inglesa fazia faculdade no Reino Unido e participou de um protesto contra o regime do Xá Mohammed Reza Pahlevi. Ao retornar ao Irã ele foi preso e expatriado. Circulou pela Europa até 1981 quando a Suécia oficializou seu status como refugiado político e emitiu documentos que permitiam que ele pedisse asilo em qualquer país. Durante os sete anos seguintes Merhan requisitou asilo na mesma Inglaterra de sua mãe, sem sucesso. Em 1988, durante um assalto em Paris, ele perdeu seus documentos de refugiado. Pego entrando na Inglaterra sem documentos, foi deportado de volta a Paris. Ao chegar no aeroporto Charles de Gaule, teve sua entrada na França barrada.
Ele era um homem sem terra. Mudou-se para o Terminal Um, seu endereço oficial uma mesa do Bye Bye Bar onde ele sentava o dia inteiro lendo a revista Time e o exemplar atual do Clube do Livro. Ele acordava às 5:30 para cortar seu bigode e fazer a barba antes dos funcionários da limpeza entrarem nos banheiros e uma vez por semana lavava suas roupas na pia do sanitário masculino do terminal. Suas refeições eram pagas por aeromoças e garçons amigos e consistiam, em sua maioria, de batatas-fritas, seu prato predileto.
Seu advogado tentou por muitos anos com sucesso limitado conseguir sua cidadania na Inglaterra. A Suécia, depois de muito hesitar, ofereceu asilo a Merhan (que agora é seu sobrenome, uma vez que ele se rebatizou "Sir, Alfred Merhan", o nome a quem foi endereçada por engano uma recusa de asilo do governo britânico) contanto que ele fosse morar sob a tutela de um assistente social suéco. Mas "Alfred" não abriu mão de ser um cidadão inglês. Em 1999 ele recebeu novos papéis com permissão de residência na França e circulação livre na Europa, mas ele se recusou a assiná-los, pois os documentos listam-no como iraniano.
Alguns dizem que ele enlouqueceu depois de 16 anos morando num aeroporto. Outros, que ele tem medo de sair da bolha de limpeza, cortesia e civilização do Terminal Um do Charles de Gaule. Outros abrem mão de conjecturas e simplesmente admiram a incrivelmente humana história de "Alfred".
Neste inverno (verão no hemisfério norte) foi lançado um filme chamado "The Terminal", o terceiro baseado em sua história. Dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Hanks, o filme já é um sucesso de bilheteria. E uma chance de entender, mesmo que de maneira fantasiada, o drama de Merhan, que graças à bilheteria do filme não precisa mais das esmolas de aeromoças para comer suas batatas-fritas.
Férias. Um conceito tão abstrato. Tanto trabalho pra fazer. Tantos planos que eu não tenho a estrutura psicológica para por adiante. Tantos outros que me falta o bom o velho dinheiro, ou o ânimo. Ou ambos, tanto pior.
Sento no meu quarto me preparando para a idéia de viajar 450km de volta à minha cidade natal. A vontade que eu tenho é de sumir. Sublimar. Todas as minhas preocupações, obrigações, neuras, misturadas ao ar saturado do que um instante antes fora eu.
Eu queria poder ser normal, mas eu tenho de ser eu mesmo. Melhor dizendo, eu tenho todas as minhas personas para "encarapuçar" mas nenhuma delas me agrada. O estudante sub-standard de engenharia que nunca vai se conformar ao sistema e, portanto, nunca vai se formar. O programador de computador que brigou com sua musa inspiradora e olha embasbacado para seu código-fonte, como se lesse uma língua alienígena, mas escrita com sua própria letra. O aficionado por carros que não consegue investir tempo nem dinheiro suficiente no seu Gol 1.0 para torná-lo "gostável". O amigo que se desdobra para manter idéias diametralmente conflitantes à baia em favor da amizade. O ex-namorado compreensivo que abre mão da própria sexualidade em respeito ao celibato de sua ex-namorada.
Sexo. Uma palavra que não faz mais o menor sentido para mim. Me tornei um animal assexuado, uma ameba. Zerossexual. Perdi o direito e a vontade de me envolver. Esqueci o gosto do beijo. O toque da leve penugem do seio contra meu peito nu. O cheiro da nuca (quem nunca leu Luís Fernando Veríssimo não sabe apreciar o cheiro da nuca). Eu sou trabalho e angústia e insônia 24 horas por dia.
Mas nem tudo está perdido. Ainda estou aqui, semi-cego, sentado em frente ao meu monitor. Nos falantes quadrafônicos da minha estação de trabalho, toca o novo. In the Shadows, por The Rasmus (Gnutella) (eDonkey). Na minha cabeça martela o velho, uma música tão nítida que nem parece que fazem anos desde a última vez que a ouvi. A letra é mais ou menos assim:
Truth is I thought it mattered, I though that music mattered, but does it
bollocks, not compared to our people matter
We'll be singin'
When we're winnin'
We'll be singin'
I get knocked down
But I get up again
You're neva gonna
Keep me down
Pissin' the night away
Pissin' the night away
He drinks a whisky drink
He drinks a vodka drink
He drinks a lager drink
He drinks a cider drink
He sings the songs that
Remind him
Of the good times
He sings the songs that
Remind him
Of the betta times:
"Oh Danny Boy
Danny Boy
Danny Boy
Danny Boy..."
I get knocked down
But I get up again
You're neva gonna
Keep me down
Pissin' the night away
Pissin' the night away
He drinks a whiskey drink
He drinks a vodka drink
He drinks a lager drink
He drinks a cider drink
He sings the songs that
Remind him
Of the good times
He sings the songs that
Remind him
Of the betta times:
"Don't cry for me
Next door neighbour..."
I get knocked down
But I get up again
You're neva gonna
Keep me down
Eu tava lendo meu blóg daqui do PC do Maykon e tava vendo como ele fica ILEGÍVEL em browsers com ClearType™ desligado. ClearType™ é uma tecnologia criada pela Microsoft™ para uso em telas de cristal líquido (mas que funciona como uma maravilha em telas comuns) que triplica a resolução horizontal de textos de alto-contraste (preto sobre branco, etc). O efeito é, no mínimo, chocante para quem nunca viu um texto em ClearType™. Quando eu mostro a diferença, a maioria das pessoas me pergunta como habilitar esta tecnologia. No Windows™ XP™ ela vem pré-instalada e você só precisa ir nas propriedades de vídeo (botão direito no desktop) e, na guia (ou "orelhinha" segundo o Maykon) Aparência apertar o botão "Efeitos...". Em "usar o seguinte método de suavização de texto" você escolhe "ClearType" e pronto ! Mas se vocÊ não usa Windows™ XP™ (ou se o efeito está meio "desfocado") você pode usar o seguinte link para ir no site da Microsoft™ e calibrar as configurações de ClearType™ no seu browser (pode ser que ele peça para instalar um componente se seu PC nunca usou ClearType™). Divirtam-se lendo textos pequenininhos em suas telas enormes agora !