![]()
- Jarros alheios: Povu Du Ku PiluduFalta Doque Fazer Stolichnaya's Priest (novo endereço) Wer ist der mann ? Lenda Urbana Fada dos Dentes S/A `cuz all has been lost and all has been won... Cyber Domain Fuck the Fashion garota solteira e modesta (em latim) Newborn_ New Year, New Life ? Mango Chutney Adam Duritz (Counting Crows) Gadgeteer Meu flóg Mande sua mensagem para o fundo do jarro ! - Textos do fundo do jarro: fevereiro 2002 março 2002 abril 2002 maio 2002 junho 2002 julho 2002 agosto 2002 setembro 2002 outubro 2002 novembro 2002 janeiro 2003 fevereiro 2003 maio 2003 junho 2003 julho 2003 agosto 2003 setembro 2003 outubro 2003 novembro 2003 janeiro 2004 fevereiro 2004 março 2004 abril 2004 maio 2004 junho 2004 julho 2004 agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2006
|
Crônicas agudas de um cérebro em um jarro criada e mantida por [B]aKkeR Esta página está sendo mantida online por motivos históricos e não é mais atualizada. Meu novo weblog está em http://cronicasredux.blogspot.com Language Disclaimer : To all my foreign (as in non-brazilian) visitors, my sincere apologies. This weblog is written strictly in brazilian portuguese (pt-br).
00:03 HPJ (horário padrão do jarro): Pra quem não acompanhou a história, meu Gol e o Clio do meu irmão deveriam, somados a um consórcio que minha mãe comprou de presente conjunto para mim e para o Fred, comprar carros novos para nós dois. Essa história começa mais ou menos 2 semanas atrás, no dia em que minha mãe me pediu para dar um lance no consórcio para conseguirmos comprar os carros antes do fim do ano. Também me pôs responsável por encontrar carros compatíveis com nosso orçamento. Com um Gol Special 2002 e um Clio RN 2000, tínhamos em mãos (teoricamente, segundo a inconfiável tabela da FIPE) R$ 30 mil. Mais R$ 21 mil do consórcio (equivalentes a um Gol Special 2004; minha mãe não demonstra nenhuma capacidade de aprendizado) nos colocavam em R$ 25.500 para cada um. Uma rápida olhadela na oferta de carros (o que exclui o Fiat Mille) zero km me levou a recomendar a compra de 2 Celta. Começou então a briga. Meu irmão queria um carro com ar-condicionado e eu um carro com motor acima de 1.0. Ficavamos então eu com um Celta 1.4 com acabamento superior (R$ 24.800) e ele com um Celta 1.0 com acabamento intermediário e ar-condicionado (R$ 25.900). Mas a minha oferta de ficar com um carro R$ 1.100 mais barato não era suficiente para apaziguar a ganância do meu irmão. Então ele envolveu minha mãe e eterna protetora dele na história. Lá foi ela correr atrás de avaliações amigáveis e preços baixos para agradar o filho mais novo, enquanto nós aqui em São Paulo descobríamos que nossos carros estavam sendo sub-avaliados em R$ 2.500 cada um (reduzindo o orçamento disponível de tal forma que nem mesmo os Fiat Mille conseguiam caber nele). Minha mãe encontrou então o carro que agradava o apetite do meu irmão: Um Corsa Classic 1.0 a álcool com acabamento intermediário e ar-condicionado (valor de tabela de R$ 29.950 mas que, por ser ponta-de-estoque, estava por R$ 26.900) e avaliações menos selvagens dos carros (R$ 15 mil pelo do meu irmão e R$ 12.500 pelo meu, deixando nosso orçamento mais próximo do previsto, mas ainda R$ 3.200 a menos do nescessário para fechar negócio). Suspirei e disse: Ok, vamos em frente. Mas então veio a notícia de que o único Celta 1.4 disponível em Rio Preto era BRANCO. Todo mundo que me conhece um pouquinho melhor do que nada sabe a minha opinião sobre carro branco, mas não custa repetir: CARROS BRANCOS DEVERIAM SE LIMITAR A AMBULÂNCIAS, TAXIS E VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE CARGA ! Eu me recuso terminantemente a comprar um carro branco. Melei o negócio. Mas antes que minha mãe começasse a correr atrás de outro carro para apaziguar os ânimos do Fred eu fiz as minhas contas e disse: "Mãe, porque nós não tentamos comprar o carro do Fred só com os usados e então eu fico com a carta de crédito para fazer o que quiser com ela ?". E lá foi ela oferecer o negócio para a Chevrolet e voltou com a promessa de fechar negócio nos dois carros. Então eu viajei para Rio Preto para por o Gol numa oficina antes de entregá-lo à Chevrolet. Coloquei meu carro para consertar a suspensão, des-instalar todos os acessórios que eu havia adicionado etc. a tempo de fechar negócio antes do dia 24. O Fred foi um dia depois com o Clio para remover o módulo bi-combustível e entregá-lo também. Como o Clio ficou pronto antes, foi o primeiro a ser entregue. E foi o primeiro a ser sub-avaliado: R$ 14 mil. Meu carro não ficava pronto nunca. E para piorar, o documento de transferência dele tinha ficado em São Paulo. Dia 24 chegou e passou e nada. Terça-feira 28 meu carro ficou pronto, na hora do almoço. Foi entregue praticamente original, e sub-avaliado em mais R$ 500. Em compensação, o do Fred, por muita insistência do vendedor, ficara em R$ 14.500, somando quase os R$ 26.900 para fechar negócio. Um cheque de R$ 400 depois e o negócio estava fechado, mas os documentos só sairiam na quarta-feira a tarde. Comecei a revirar as listas de semi-novos na faixa entre R$ 21.000 e R$ 26.900 e vi que a grande maioria dos carros acima de 1.0 era composta de Celtas 1.4 na faixa dos R$ 23.000 (grande ironia) mas equipados com ar-condicionado, alguns com vidros e travas elétricas. Comentei que, com o dinheiro da poupança do meu irmão, quase daria para completar a carta de crédito. Então minha mãe sugeriu o "insugerível": Que eu pusesse dinheiro no negócio. Espera aí. Ela deu meu carro pro meu irmão e me pôs num Gol Special. Então ela me fez vender o Gol pra comprar o carro que ele queria, muito mais caro do que o orçamento permitia, completou com dinheiro do bolso dela e ainda veio me dizer que meu usado ia sair do MEU BOLSO ? Eu deixei bem claro (talvez até demais) que não queria nem saber se ia sair do bolso dela ou do salário do meu irmão, mas eu ia comprar o carro que desse na minha telha, no limite de R$ 26.900, e não ia colocar nenhum centavo no negócio. E resolvi viajar com o Fred para São Paulo para tentar comprar o meu Celta 1.4 de direito. Na quarta-feira a tarde começamos a ligar atrás dos documentos do carro. Fomos até lá. Montamos vigília, rezamos terço, fizemos macumba. Nada. O carro foi emplacado lá pelas 6 da tarde, mas por algum motivo os documentos não vieram. Alguns telefonemas e xingamentos depois um motoboy deixou os documentos na porta de casa, 8 horas da noite. E nós saimos de viagem pra São Paulo no carro novo do Fred. No dia de hoje liguei de loja em loja atrás dos Celtas anunciados. Um fora vendido, outro não se sabia onde estava, um estava numa revisão até segunda-feira que vem, outras tantas lojas só abririam em 2005. Mas por algum motivo mágico (milagre de Natal atrasado ?) o meu carro predileto estava disponível e esperando por mim, logo atrás do Shopping Ibirapuera: Um Celta 1.4 Energy preto, 4 portas, com ar-condicionado, vidros e travas elétricas, alarme, protetor de cárter, preparação de som com caixas, todos os documentos em ordem e só 4.000 km rodados por menos de R$ 24.500 (um carro equivalente, zero km e sem nenhum acessório além do ar custa R$ 29.400). Fui visitar a loja e o carro sorriu pra mim. Quis fechar na hora. Mas eram quase 4 da tarde e o Bradesco (banco pelo qual minha mãe fez o consórcio) não queria colaborar. Esperei quase uma hora pelo telefonema deles e, perto das 5, recebi uma promessa de que o banco iria vistoriar o carro para finalizar o negócio amanhã de manhã. Então fomos até o Ibirapuera comemorar com um delicioso Double Whopper com bacon no Burger King porque essa história já tinha drenado demais de mim. E, se tudo der certo amanhã, já saio de Celta pra casa pra poder encerrar esse assunto que assombrou meu fim de ano até não poder mais. Quem estiver lendo isso lá pela hora do almoço por favor torça por mim ok ? Ah, P.S.: Érico, me desculpe não ter ligado pra te dar Feliz Aniversário, mas fiquei fora de casa até agora pouco e não tenho crédito no meu celular, então amanhã depois de resolvido o assunto carro eu te ligo prum parabéns atrasado, serve ? Escrito pelo Unknown terça-feira, dezembro 14, 2004 saído diretamente do jarro
13:30 HPJ (horário padrão do jarro): (Gnutella) - (eDonkey) - Oi, tudo bem? - Tudo bem... ...Fora o tédio que me consome todas as vinte e quatro horas do dia, fora a decepção de ontem, a decepção de hoje e a desesperança crônica no amanhã; tenho vontade de chorar, raiva de não poder, quero gritar até ficar rouco, quero gritar até ficar louco; isso sem contar com a ânsia de vômito, reação a tal pergunta idiotaaaaaa...!!! ...Fora tudo isso, tudo bem. Escrito pelo Unknown sexta-feira, dezembro 10, 2004 saído diretamente do jarro
11:33 HPJ (horário padrão do jarro): Quem me conhece de verdade sabe que eu tenho diversas dificuldades relacionadas com atenção, força de vontade, auto-depreciação etc. Nos últimos dias, quem sabe meses, eu tenho sofrido profundamente com essas minhas "características". Sofrido tanto que fui buscar ajuda. Comecei com um grupo de auto-ajuda, de lá para um psicólogo e, por indicação dele, um psiquiatra. O diagnóstico não é inesperado, mas ainda assim o baque foi relativamente grande (para algo que eu, no fundo, já sabia): TDA com princípios de depressão. Eu até já expliquei aqui no blog o que era DDA (ou TDA, ou TDA/H) mas vale recaptular. O Transtorno de Déficit de Atenção (com ou sem Hiperatividade) é uma doença neurológica que torna a pessoa incapaz de concentrar sua força de vontade em atividades de médio- e longo-prazo. Ok, todo mundo tem dificuldades em se comprometer a médio-prazo, mas o TDA é patológico: temos dificuldade em prestar atenção no que nos é dito, ler longos textos, cumprir prazos... Incapazes de organizar nossa vida ou regê-la a contento. Somos impulsivos, tocando vários projetos ao mesmo tempo (sem completar nenhum), dizendo o que vem na mente, buscando aventuras e modos alternativos de fazer o que os outros fazem sempre igual. O tédio rapidamente se transforma em depressão. Na falta de algo para fazer, começamos a nos concentrar em problemas cuja solução nos parece ou está longe do alcance, sendo portanto extremamente ansiosos e inseguros. Nos viciamos em qualquer coisa que possa nos tirar deste estado (sexo, drogas, álcool, música alta, comida, trabalho, video-game etc). Toda essa desatenção passa facilmente por preguiça. Toda essa insegurança gera muita auto-crítica. Toda essa sensibilidade, aliada à crítica constante de todos os lados, gera dezenas de outros problemas psicológicos. TDAs constantemente são deprimidos, bipolares, obsessivo-compulsivos, suicidas. Mas não estou aqui para me lamentar, muito pelo contrário. Vim aqui para dizer que, graças ao psiquiatra, tenho uma nova chance. Chance de começar de novo, de tocar minha faculdade, meu trabalho, minha vida. Mesmo que seja na base de remédios (o metilfenidato é uma droga controlada, tarja preta e altamente viciante física e psiquicamente), espero poder me sentir "normal". Enxergar o tempo como o fluxo constante de um rio, e não como a névoa que cobre um gramado onde nunca se sabe exatamente para onde seguir ou o que vem adiante. Bom, acho que já falei demais. Eu até ia recomendar uma música, mas pensando bem, a letra não tem nada a ver com nada. Mas o título resume muito bem como eu me sinto... então eu recomendo assim mesmo, sem a letra: My Chemical Romance - I'm Not Okay (I Promise) (Gnutella) - (eDonkey) Informações adicionais sobre TDA/H em adultos, visitem MentalHelp.com (em português) Escrito pelo Unknown |