O conteúdo deste site está protegido pela Lei nº 9.610, de 19/02/98. O autor permite a reprodução parcial para uso não-comercial, contanto que seja notificado previamente e devidamente identificado como tal. Outros tipos de reprodução estão condicionados à permissão caso-a-caso do autor, e devem ser negociadas diretamente através de seu e-mail.
Crônicas agudas de um cérebro em um jarro criada e mantida por
[B]aKkeR
Esta página está sendo mantida online por motivos históricos e não é mais atualizada. Meu novo weblog está em http://cronicasredux.blogspot.com
Language Disclaimer : To all my foreign (as in non-brazilian) visitors, my sincere apologies. This weblog is written strictly in brazilian portuguese (pt-br).
terça-feira, setembro 30, 2003 saído diretamente do jarro
Se você tem um PC e ouve MP3 (ou seja, se você não é um Amish nem vive em uma caverna nem ficou perdido em uma ilha deserta pelos últimos 10 anos, desde que seu helicóptero caiu no mar, você sabe que existe um grupo chamado RIAA (Record Industry Association of America) que engloba as maiores gravadoras dos EUA (e portanto do mundo) e que este grupo tem lutado com unhas e dentes contra o compartilhamento Peer-2-peer de músicas. Seus ataques iniciais foram contra os criadores e distribuidores de software mas, ao contrário do sucesso obtido na destruição do Napster, provar que os donos de uma rede descentralizada são responsáveis pelo conteúdo veiculado nela é muito mais dificil. Então a RIAA resolveu apelar, literalmente. Se utilizando de um recurso considerado por muitas autoridades como inconstitucional a RIAA entrou com milhares de pedidos de violação de informação confidêncial por suspeita de violação de copyright, baseados no DMCA (.Digital Millennium Copyright Act, um conjunto de leis completamente fora de contexto passadas no governo Clinton para tentar impedir crimes on-line) e em seguida entrou com 261 processos contra pessoas físicas que, segundo critérios determinados pela RIAA, seriam piratas que fizeram mais de 1000 downloads de músicas através do sistema KaZaA. Entre estas 261 pessoas estão uma menina de 12 anos e uma senhora de mais de 60 cujo computador, um Macintosh, é incapaz de entrar na rede do KaZaA. Até agora algumas dezenas de pessoas pagaram para a RIAA cerca de US$ 5000,00 cada para ter seus nomes retirados da lista de processos.
Então aconteceu algo mágico. A Sharman Networks, proprietária da tecnologia do KaZaA e distribuidora da versão gratuita do sistema (ela se sustenta através da inserção do maldito Gator em sua máquina, enquanto uma outra versão que custa US$ 29,90 é livre de propagandas) resolveu lançar um contra-processo na RIAA. Segundo o mesmo DMCA que a RIAA cita religiosamente na hora de processar centenas de peixes-pequenos em busca de alguns milhares de dólares, modificar o código ou utilizar-se de versões alteradas por outros do código de um programa é uma violação grave do copyright. E a Sharman Networks argumenta que mesmo em demonstrações públicas a RIAA se utilizou do KaZaA Light K++, uma versão pesadamente modificada do sistema do KaZaA, para monitorar as atividades do usuários. Argumenta também que mesmo que a RIAA estivesse utilizando uma versão perfeitamente normal do KaZaA estaria violando o Acordo de Licensa do Usuário (aquele texto com cara de papo de advogado que aparece no começo da instalação de um programa) do KaZaA, que proibe terminantemente utilizar-se da rede para monitorar atividades de terceiros, portanto uma outra violação do DMCA. Eu acredito inclusive que seja impossível monitorar a atividade de terceiros através do KaZaA ou do KaZaA Light K++ sem modificar diretamente o código, uma terceira violação do DMCA (engenharia reversa). Espero que a RIAA aprenda a não brincar com fogo e lembre-se que a lei existe não somente para os tubarões mas principalmente para defender os peixes-pequenos de seus ataques
Vocês lembram do Dilson Funaro ? Eu lembro (putz, eu sou velho). Ele era Ministro da Fazenda em 1986 quando foi lançada a primeira nota de Cz$ 500,00 (quinhentos cruzados). Esta foi a primeira nota do novo design do Cruzado (todas as anteriores eram notas de Cruzeiro com carimbos de valores 1000 vezes menores), que pouco mudaria (basicamente só os nomes e as efígies) até o final do Cruzeiro Real e início do Plano Real, oito anos depois (sim, o Real está fazendo nove anos e parece que foi ontem... o tempo passa muito mais devagar quando seu dinheiro desvaloriza cem mil por cento a cada 3 anos). Durante esta época passamos por 3 mudanças de moeda e uma unidade provisória de correção (a URV, Unidade Real de Valor, lembra ? Ela valia 2.750 Cruzeiros Reais no dia em que o Real foi criado). Tá, o que eu ganhei lembrando vocês de tudo isso, além de fazer com que muitos tivessem calafrios na espinha e ataques de paranóia ? Bom, eu queria desenterrar uma coisa que as gerações atuais não viram ou não prestaram atenção: no final de 1989 o então Ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega colocou em circulação a nota de NCz$ 200,00 (duzentos cruzados novos) contendo uma efígie que fugia à regra padrão do dinheiro brasileiro: Era a imagem de uma escultura. E uma escultura de alguém que nunca havia existido. Era a efígie da República, que nós conhecemos tão bem como "a mulher do Real" (tirando a nota plástica de R$ 10,00 que contém a efígie de Pedro Álvares Cabral, que nunca havia sido homenageado com uma note brasileira antes). E qual a graça disso ? Bom, se vocês olharem as fotos abaixo, vão ver que a nossa amiga não foi redesenhada entre 89 e hoje:
Surpreendentemente parecida com as notas atuais, não ? Até no Brasão de Armas e posição da marca-d´água.
Agora isso provavelmente vai mudar. A onda de falsificações vai fazer com que o Real passe por uma re-estilização no seu aniversário de 10 anos. A única nota que ficará parecida com a atual é a de R$ 1,00, que foi trocada hoje pelo banco central por uma versão mais durável (estima-se que dure até 14 vezes mais que a atual), mais segura e mais amigável aos cegos, mas muito pouco diferente da aparência atual. É o governo brasileiro fazendo tudo do jeitinho brasileiro mesmo: Adiando tudo até a hora que o crime organizado torna inevitável. O desenho atual das notas vai, se considerarmos os Cz$ 500,00 como seu início, ficar a 3 meses de completar 18 anos no momento de sua substituição, em julho de 2004.
Escrito pelo Unknown
Era para eu ter feito este post três dias atrás, mas eu não sabia o que dizer. Hoje eu ainda não sei. Morreu na segunda-feira uma pessoa muito querida, apesar de eu conhecê-lo a pouco mais de um ano. Pai da minha cara-metade, uma pessoa tão diferente de mim e ainda assim com quem eu tanto me identificava. Acreditava no céu; e quem no céu acredita nele habitará. Eu queria ter cabeça para escrever alguma coisa mais cabível, mas não tenho. Então deixo o poema de alguém que não conheço: poema-morte