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quinta-feira, janeiro 27, 2005

saído diretamente do jarro
 

21:32 HPJ (horário padrão do jarro):

Porque eu não gosto de assistir ao noticiário das 8

Hoje o jantar foi de frente para a TV, sintonizada no Jornal Nacional, como é de praxe quando deixamos meu pai tomar controle da situação. Não que eu seja alienado, muito pelo contrário. Meu problema com o noticiario televisivo é que em menos de uma hora (se a gente descontar os comerciais, cada dia mais longos) vomitam sobre a gente tudo de errado que está acontecendo no Brasil e no mundo. E é muita coisa pra tomar na cara de uma vez só.
Voltando ao exemplo de hoje, logo que nos sentamos à mesa nos foi anunciado que, apesar da arrecadação do FGTS deste ano que passou ter sido recorde, o INSS bateu outro recorde maior ainda, subindo o déficit da Previdência 14,1%, ficando este praticamente o dobro do que o país é capaz de arrecadar em Fundo de Garantia em 1 ano. Nem bem eu terminei de engasgar com essa deliciosa notícia veio outra solapada, a de que o governo havia reajustado além da conta os impostos federais, fazendo com que estes ficassem quase 1 ponto percentual acima dos de um ano antes em relação ao PIB, a escorchante cifra de 24,01%. Eu não devia ter parado pra pensar no assunto mas como meu anti-depressivo já estava mixando eu não pude evitar de imaginar que a cada 4 reais que entravam no meu bolso, 1 voltaria pro Governo Federal. E o William Bonner deve ter pensado exatamente a mesma coisa, pois ele terminou a notícia explicando que os tais 24% não levam em conta os impostos estaduais e municipais. Ugh!
Todas essas cifras contraditórias me fizeram lembrar dos problemas com a educação pública no país. Porque se a Previdência não tem dinheiro pra pagar suas contas, alguém lá dentro precisa aprender a fazer contas pra que eles aprendam que é impossível gastar mais do que se arrecada. E é bom que eles nem pensem em tentar arrecadar mais, porque do nosso bolso não sobra nada pra pagar as dívidas deles não, todo mundo aqui tá 24,01% mais pobre do que deveria. Precisam mesmo é reduzir os benefícios dos funcionários públicos.
No momento em que essa minha linha de pensamento passava pela parte de "do nosso bolso não sobra nada" o Bonner (que deve ser um sado-masoquista de carteirinha pra falar essas coisas quando tem gente comendo) anunciou que o governo estava pensando exatamente naquilo que eu temia que eles pensassem: em aumentar ainda mais as taxas de juros. E em subir os percentuais de arrecadação do Imposto de Renda sobre pessoa jurídica. Aí eu perdi as estribeiras.
Sigam essa minha linha de pensamento: De cada 4 reais que um trabalhador do setor privado ganha, 1 volta pro Governo Federal. E se ele precisar desse 1 real, ele está fodido, pois os juros subiram demais pra ele conseguir sustentar um empréstimo ou empinar um cheque sem fundos e o patrão dele também não tem crédito e está pagando ainda mais pro Governo, então não sobra nada pra ele ganhar um aumento. Enquanto isso, os funcionários públicos, quando terminam aquele período de salários progressivos alternados com greves indevidas que eles chamam de "trabalho", se aposentam recebendo o valor integral do que recebiam quando "trabalhavam", enquanto o aposentado do setor privado recebe cada dia menos para que o governo não seja obrigado a retirar o benefício de seus próprios ex-funcionários. Esta é uma realidade que não condiz com o status de democracia capitalista que teoricamente nos é de direito, mas tem tudo a ver com uma outra realidade: o politburo diktat. O Brasil é, do ponto de vista do funcionário público, uma ditadura comunista, onde o trabalhador comum vive um regime de semi-escravidão, recebendo apenas o suficiente para o seu sustento (e olhe lá) enquanto, às custas do suor do rosto do operário os funcionários públicos, felizardos membros do politburo, vivem uma vida de relativo luxo e se aposentam com riquezas ao mesmo tempo desmerecidas e inatingíveis a um mortal comum.
E por falar tanto em educação limitada quanto em posição desmerecida, o jantar terminou ao mesmo tempo em que anunciavam que o nosso ilustre presidente Lula fora vaiado no Fórum Social Mundial, o contraponto tupiniquim de esquerda do Fórum Econômico Social, pro qual, aliás, ele rumou em seguida, porque ninguém, por mais de esquerda que seja, perde a chance de visitar Davos, na Suíça, e conhecer o Bill Gates pessoalmente. Mas claro que, sendo ele o Lula que é, não foi sem antes dar a gafe inaceitável de chamar nosso presidente vizinho Néstor Kirchner de "companheiro Menem" e soltar a mais maravilhosa pérola em resposta às vaias dos proto-petistas presentes: "A democracia é um gesto democrático que vem pela boca daqueles que não têm paciencia para ouvir a verdade".

E é por tudo isso que, a partir de hoje, só janto assistindo Bob Esponja !

Escrito pelo Unknown

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E Nip Tuck!!!

 

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