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quinta-feira, agosto 26, 2004

saído diretamente do jarro
 

20:32 HPJ (horário padrão do jarro):

Eu me lembro como se fosse ontem. Eram quase 11 da manhã naquela terça-feira de setembro. Como eu só entrava no trabalho às duas e tinha trabalhando até tarde na noite anterior, não tinha planos pra acordar tão cedo. Minha mãe entrou no meu quarto e disse: "Du, um avião bateu no World Trade Center". A grande maioria dos brasileiros não daria tanta importância quanto eu dei, uma vez que eu sou completamente apaixonado por Nova York. Levantei da cama correndo, meio acordado meio dormindo, a atmosfera de um sonho sem recordações ainda no ar. Cheguei na frente da TV e então aconteceu. Ao vivo, na frente das câmeras, o segundo avião atravessou a torre sul, saindo na outra ponta como uma bola de fogo. As lágrimas correram dos meu olhos sem parar pelas horas que se seguiram. O avião atingindo o Pentágono; a primeira torre caindo; o vôo 93 da United (dirigido à Casa Branca ?) sendo corajosamente derrubado pelos próprios passageiros que tentavam dominar os terroristas, uma vez que a força aérea não tomava um decisão sobre atirar ou não; a segunda torre caindo. Tudo isso gravado para sempre na minha mente.

Fazia já algum tempo que eu não chorava dentro de um cinema. E acho que nunca havia chorado na cena inicial de filme nenhum. Mas aos créditos iniciais de Fahrenheit 11 de Setembro seguem-se alguns segundos sem imagens. No início também não há som, mas o silêncio é rompido pelo ronco de um jato, depois uma explosão, depois choro e gritos de surpresa, de tristeza e de ódio; os mesmos sons que eu ouvi pela TV naquela manhã de pesadelo, 3 anos atrás. As lagrimas também reprisaram sua aparição, como elas insistem em tentar de novo agora, enquanto escrevo isso. E o resto do filme te faz rir, chorar, amar e odiar como poucos filmes fazem. A ficção não tem chance ante realidade tão dura.

Michael Moore conseguiu me fazer chorar duas vezes seguidas, primeiro com Tiros em Columbine e agora de novo, com mais força que antes. E os críticos podem dizer o que quiserem sobre o quanto ele manipula os fatos, mas ele tem a coragem de nos lembrar de coisas que nós já sabemos, somá-las com coisas que deveríamos saber e nos mandar ruminar, refletir e agir.
A democracia agradece à senhora Moore por parir um cara desses.

Escrito pelo Unknown

Comments:

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O Maykon eh incrivel.. ele le algo sobre o WTC e o Michael Moore e pensa no Bakker pelado...
tsc tsc tsc

 

Bom Mako, em primeiro lugar, eu demorei quase 10 minutos pra levantar (se passaram 15 minutos entre os dois impactos) porque eu tive que lembrar como mexe as pernas, os braços, abre uma gaveta, põe uma bermuda etc... Sim, eu fui pra frente da TV de camiseta e bermuda (depois eu tomei banho e pus o "uniforme" do Café).
Em segundo, se você não parar de dar motivo, a gente vai ter por na frente do Fred no ranking "Eu sou viado e dou pala pra kct"

 

Eu ainda estava dormindo quando aconteceu, mas o rádio do despertador já estava ligado na CBN e ouvi a notícia de que um avião tinha trombado com uma das torres.
Pensei "Putz, algum idiota deve ter enfiado um Cessna no WTC..."

Logo depois o locutor disse que chegaram notícias de que um segundo avião tinha batido na outra torre, e aí me toquei de que a coisa era um pouquinho mais séria, e pulei da cama pra ligar a TV.

Eu... durmo de pijama, a propósito.

Sobre o Moore, acho que ele é a reação do universo ao extremismo do Bush. As coisas acabam se equilibrando, ou algum outro clichê da Nova Era. :P

MRG

 

Eu lembro muito bem daquele dia. Na segunda aula, um professor deu a notícia. Ninguém entendeu nada. Na terceira aula, outro professor, o Dunga (vale a pena citar o nome...) entrou gritando: "Me desculpem as amantes do Mickey Mouse, mas hj é o dia mais feliz da minha vida." Na última aula fomos dispensados. O professor foi embora pra casa tentar falar com os pais, que moravam em Manhattan.
No dia seguinte, depois de tudo entendido e chocado por todo mundo, a aluna de intercâmbio, americana, que estava na minha classe, chegou na aula chorando. Seus pais estavam bem, mas a avó tinha enfartado. Ela chorava por que queria voltar pra casa, mas ninguém podia entrar num avião. (Nem o Ricky Martin...)
Eu só fui entender, sentir de verdade o horror do que havia acontecido quando eu vi a Kathryn chorando. Era um desespero real, não ódio, não patriotismo, sem distribuir culpas e desejar bombas.
A memória funciona diferente pra cada um... Naquele momento de blackout do filme, só o som, eu só conseguia lembrar dela. E acho que, se ela viu o filme, ela lembrou da gente também.

PS: Eu fui pra aula de roupa, como de costume, Maykon, seu punheteiro bicha!

 

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