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sábado, agosto 21, 2004

saído diretamente do jarro
 

03:51 HPJ (horário padrão do jarro):

Em 1960, o meteorologista do MIT Edward Lorenz escreveu um programa de computador para simular efeitos climáticos. A simulação era bastante complexa para a época e realmente aparentava uma condição climática real. Lorenz interrompeu a simulação, anotou os parâmetros utilizados e foi embora para casa. No dia seguinte Lorenz reiniciou a simulação com os parâmetros anotados e, surpreendentemente, o programa agiu de maneira completamente diferente do que havia feito no dia anterior. Lorenz checou o código fonte, desmontou o computador, checou o conteúdo da memória. Tudo normal. Então ele checou suas anotações e viu que havia arredondado um dos parâmetros na quarta casa decimal. Como uma diferença tão irrisória (da ordem de 1 para 10000) podia ter mudado tudo ?
Nascia naquele momento um novo ramo da matemática, a Teoria do Caos. Segundo ela os problemas que nos parecem insolúveis, aleatórios, na verdade são apenas complexos demais para serem descritos e examinados pelas ferramentas à nossa disposição. As mudanças aparentemente aleatórias seriam o produto de sistemas tão complexos que, à primeira vista, não podem ser descritos (seriam, portanto, caóticos).
Lorenz seguiu estudando este novo ramo que ele havia ajudado a criar, principalmente o conceito de atratores estranhos, cujas três fórmulas elementares combinadas formam o Atrator de Lorenz (existem 5 tipos de atratores e o estranho, apesar de ser o mais complexo, foi o primeiro a ser descoberto. Outros exemplos de atratores interessantes são os periódicos e os espaciais, um exemplo dos últimos sendo as Estruturas de Turing). Numa palestra em dezembro de 1972 Lorenz mais uma vez contribuiu para a Teoria do Caos, mas desta vez com a mais utilizada (e até um pouco gasta hoje em dia) analogia para o Caos: "Poderiam as batidas das asas de uma borboleta no Brasil causar um tornado no Texas ?".
Nascia o conceito de Efeito Borboleta, que dá título ao filme estrelado e produzido por Ashton Kutcher, que eu assisti algumas horas atrás.
Escrito e dirigido pela dupla por trás do roteiro de Premonição 2, o filme foi um dos scripts mais rejeitados a ser filmado na história de Hollywood. Kutcher se apaixonou pela visão dos roteiristas e quis que eles mesmos dirigissem a obra, para que ela não fosse estragada por opiniões conflitantes.
O filme é um primor, ficção científica de qualidade superior, digno de figurar ao lado de De Volta para o Futuro, Donnie Darko e Abre los Ojos. Kutcher faz o filho de uma enfermeira e um lunático internado que desde pequeno apresenta sintomas aparentados com os da infância do pai: em momentos críticos ele apaga, voltando a si momentos depois dos eventos acontecerem. Seu envolvimento com a filha de um pai abusivo acaba levando sua mãe a decidir se mudar e, durante os sete anos seguintes, o rapaz fica livre dos apagões.
Durante a faculdade de psicologia ele acidentalmente encontra uma maneira de reviver suas memórias passadas e volta para discutí-las com a sua paixão de infância e pivô de sua mudança de cidade. Os eventos que se seguem dão início a uma maratona para salvar as vidas de todos os inocentes afetados pelos eventos de sua infância e, de quebra, "cura te ipsum" (curar a si mesmo, seu bronco inculto !).
Dou nota dez sem pestanejar. Ok, eu pestanejei por causa do final, mas pensando um pouco (pensar é uma coisa que o espectador precisa fazer exaustivamente durante o filme inteiro) chega-se à mesma conclusão do personagem. E não vejo a hora de assistir à Edição do Diretor, com um final ainda mais revoltante (e que faz pensar muito mais).

Escrito pelo Unknown

Comments:

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Quando eu ver o filme eu falo algo sobre ele...
Mas a teoria do caos é otima... Ela só perde em funcionalidade e presença pras Leis de Murphy...

ou como vc mesmo disse "Ele esta no meio de nós"

 

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