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segunda-feira, maio 24, 2004
saído diretamente do jarro
08:21 HPJ (horário padrão do jarro):
Criptolivros
Depois de muita insistência do meu revisor oficial de livros (que faz as vezes de pai a uns 25 anos) eu resolvi engajar-me (do inglês engage myself, não estou com paciência para medir minhas palavras hoje) na leitura de "O Código da Vinci".
Para quem mora em uma caverna escura em que só passa SBT, "O Código da Vinci" é um livro de ficção baseado em teorias conspiratórias reais. Nele, duas organizações secretas existentes a quase mil anos se enfrentam por causa do maior segredo da humanidade: a verdadeira natureza do Santo Graal. O interessante é que ambas as organizações existem no mundo real: O Priorado de Sião é uma organização cuja existência nunca foi realmente provada, a não ser por um punhado de documentos encontrados por um grupo de bibliotecários em 1975. Nas sombras desde 1099, ela contou com membros ilustres em suas respectivas épocas como Leonardo da Vinci e Isaac Newton. Opus Dei é uma facção religiosa ultraconservadora com ramos que vão desde o Vaticano até a alta sociedade norte-americana e que esteve em evidência alguns anos atrás por causa de acusações de lavagem cerebral de seus membros. A Opus Dei lança mão de técnicas condenáveis como a "mortificação", a auto-flagelação pelo uso de cintas cravejadas de espinhos que infligem sofrimento permanente aos usuários. Dizem servir para lembrar o flagelo de Cristo.
Além de colocar em evidência duas sociedades secretas, o autor do livro explica com riqueza de detalhes cada pintura, construção arquitetônica e obra literária que ele acredita serem provas da existência e da surpreendente natureza do Santo Graal (é claro que eu não vou dizer do que se trata). Depois de ler você provavelmente também vai acreditar na existência de um "Código da Vinci" então eu recomendo que você tome fôlego (afinal trata-se de um catatau de 480 páginas) e una-se a nosso crescente secto.
Ainda na linha dos livros de mistérios insondáveis está "The Rule of Four", ainda sem tradução no Brasil. Quatro estudantes a ponto de se formar em Princeton dividem um dormitório. O pai de um deles foi o maior estudioso de um livro medieval entitulado "Hypnerotomachia Poliphili", uma obra bizarra que mistura de narrativa e enciclopédia em que o herói Poliphilo (o amante de muitas coisas) busca durante um sonho sua amada Polia (muitas coisas) e narra com riqueza irritante de detalhes suas passagens por diversos cenários. Estas sub-narrativas são verdadeiros tratados sobre matemática, arquitetura, história natural e línguas (o livro, que existe de verdade, passeia fluentemente entre o italiano, grego, latim, hebráico e árabe sem a menor cerimônia, exigindo que o leitor seja um verdadeiro poliglota). Outro dos colegas de quarto está se graduando em Literatura e seu trabalho de formatura é sobre o "Hypnerotomachia" (que, by the way, quer dizer "Busca pelo amor durante um sonho"). Durante suas pesquisas e, com a ajuda do filho do maior especialista da área, o estudante de literatura desenterra alguns mistérios desconcertantes que acabam tornando ele e todas as pessoas ao seu redor alvos do ódio de uma sociedade secreta ali mesmo, no campus de Princeton.
Não vejo a hora de por minhas mãos nesse aí também.
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9:55 PM : comment by 
Também comprei o Código da Vinci, vou ler depois do Cassino Royale. | |
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Eu já reclamei com o Blogger sobre isso... Creio que 100% dos usuários do novo sistema de comments esteja fazendo o mesmo portanto deve ser apenas uma questão de tempo antes de mudar essa #&$%@ | |
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então, onde está a parte do seu post em que vc diz: "Assim que eu terminar de ler, eu vou emprestar pra Phe, porque ela é linda, maravilhosa e merece ler um livro bom desses!" ??? | |
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7:26 PM : comment by
Ueba ! O Codice Da Vince tá aqui na mesa do escritório, marcado no capítulo 50. Quem não é 'scholar' vai achar muito massa, explica alguma coisa sobre arte renascentista e muita coisa sobre alguns trabalhos de Michelangelo (que começou a vida como falsificador de arte - e isso não tá no livro). Não teria porque odiar, a não ser o que o final seja MÚITO ruim. Por enquanto, leitura 100% aproveitada. | |
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