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segunda-feira, fevereiro 23, 2004

saído diretamente do jarro
 

05:10 HPJ (horário padrão do jarro):

Hoje eu estava falando com a Phe sobre a granularidade do universo segundo a descrição das unidades naturais de Planck (ela é uma mulher paciente, ter que aguentar o namorado nerd dela falar sobre conceitos impenetráveis de física com um sorriso no rosto é foda). Um desafio interessante para a física moderna é o de unir a contento as duas teorias que melhor descrevem o funcionamento do universo: a Relatividade Geral de Einstein e a Física Quântica. Algumas grandesas físicas, em especial a energia total de um corpo-negro progridem em valores discretos ao invés de contínuos. Estes valores tem o nome de quanta e dão nome ao ramo da física que estuda fenômenos dentro da escala microscópica, onde o comportamento de algumas partículas se assemelha mais ao de uma onda do que de um objeto, e sua posição, velocidade etc não pode ser descrita com precisão, e sim prevista probabilisticamente, o princípio da incerteza quântica. Já a Relatividade Geral, teoria de Einstein de 1916, substitui a física newtoniana, em especial no que diz respeito à gravidade, que deixa de ser uma força e passa a ser uma consequência da curvatura espaço-tempo. A Relatividade Geral é uma teoria baseada na geometria diferencial que postula (eu amo essa palavra) que a massa dos objetos distorçe o tecido multi-dimensional do espaço-tempo (multi-dimensional porque ele tem mais dimensões do que nossa vã percepção é capaz de compreender, mais do que três, muito provavelmente quatro, talvez dez ou onze) e que esta distorção influencia a trajetória de qualquer partícula em movimento, inclusive da própria luz, e esta distorção é o que entendemos por gravidade. Essas duas teorias formam a base para a compreensão do universo como os físicos o vêem hoje, e aglutiná-las numa teoria unificada é o Santo Graal da Física. O próprio "pai da teoria quântica", Max Planck, fez um excelente serviço neste sentido quando criou o que se chama de Unidades de Planck ou Unidades Naturais. A mais importante delas é a Constante de Planck, que determina a "distância dos degraus" dos quanta, h = 6.6261 x 10-34 J.s. As outras unidades também são conhecidas (além de Unidades de Planck e Naturais) como Unidades de Deus, pois eliminam toda a arbitrariedade que séculos de estudos físicos inseriram em nossas unidades físicas. Com a eliminação total das constantes de conversão, fórmulas famosas ficam extremamente símples, como o E = mc2 de Einstein que se transforma em E=m (energia é igual a massa). Destas Unidades Naturais nasceram as diversas teorias da Gravidade Quântica, dentre as quais se destaca a Gravidade Quântica em Loop, em que o Universo é descrito por uma Rede de Spin cujas distâncias são de 1.6 x 10-35 metros, a Escala de Planck. O tempo também seria granulado em unidades de 5.4 x 10 -44 segundos, o que choca muitas das pessoas que ouvem falar de LQG (Loop Quantum Gravity, abrev.), eu inclusive. A LQG é consistente com a descoberta de que a gravidade se propaga à Velocidade da Luz, ao contrário das teorias de cordas que ficaram famosas pelas mãos do Dr. Stephen Hawkins, e está à beira de ser testada na prática quando for lançado, em 2007, um satélite capaz de fazer espectometria de raios gama. Em 2003 ela foi publicamente pisoteada quando físicos italianos afirmaram que a precisão das imagens de galáxias distantes feitas pelo Hubble ia de encontro com seus cálculos que, baseados nela, determinavam que aquelas imagens deveriam ser granuladas, como uma imagem digital com excesso de zoom, mas tudo parece não passar de um erro de interpretação. Eu particularmente gosto da LQG por dois motivos distintos: Ela abre mão do complicado conceito de um universo de dez dimensões da teoria de cordas por um universo quadri-dimensional espaço-tempo que me é muito mais confortável e em segundo lugar porque depois de aceitar que o tempo (assim como o espaço) possa acontecer em intervalos regulares ao invés de contínuamente eu começo a pensar no Universo como um grande Computador Divino, regido por um clock fixo, o que faz muito mais sentido, pelo menos do ponto de vista de um programador como eu.

Escrito pelo Unknown

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