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quarta-feira, outubro 23, 2002

saído diretamente do jarro
 

15:24 HPJ (horário padrão do jarro):

Ode a uma amizade que há muito não mais é
ou
por que diabos esse post está com outra cor ?

Era uma vez uma amizade. Vá lá, vamos ser honestos, eu só conheço meu lado da moeda. Era uma vez um cara que havia acabado de terminar um namoro desses bem auto-destrutivos, largado a faculdade e voltado pra sua cidade natal. Não que esses três fatos tenham alguma ligação. Ele estava andando pelo (único) shopping-center da cidade quando conheceu uma garota e seu namorado. oi, tudo bem, muito prazer, blá blá. Ficou também mais tarde sabendo que seu irmão tinha uma "coisa" pela menina. Ele se lembra até hoje de ter pensado "De todas as mulheres do mundo, porque ele foi achar graça nesta ?" Mas o mundo é injusto e gosta de ferrar quem usa seu nome em vão. A amizade com a menina deslanchou, o namoro dela acabou, cara e menina ainda amigos, mas o cara cada dia mais sentindo algo diferente. O cara foi falar com seu irmão sobre seus sentimentos, afirmando, veementemente, que se o irmão gostasse mesmo da menina ele não só não tentaria se envolver com ela como tentaria ajudá-lo a conquistá-la. O irmão disse que não, não queria mais nada com ela. Então o cara começou a investir pesado, até demais, numa possível relação. A menina deixou claro que nunca daria certo, eles eram como irmãos, blá blá. Mas ela mudou de atitide com ele. Eles ficaram algumas vezes, nada além disso, ele não era exatamente o tipo galã, nem ela, a bem da verdade, mas ele não se envolvia em outros relacionamentos. Ela, entretanto, tinha uma vida relacional ativa. Continuaram amigos, pararam de ficar, para a tristeza dele, mas ela continuava a convidá-lo para sair e ele, meio por amizade, meio por esperança, ia. Ele começou a reparar que a menina estava na beirada de uma daquelas longas espirais de auto-destruição que ele conhecia bem demais, mas ela não dava ouvidos a ele. Ela fez amizades novas, diferentes, e resolveu fugir de casa com o consentimento dos pais (vai entender) e ir morar na Espanha. O cara ficou triste, claro, e também preocupado, pois a espiral negativa havia começado e ela estaria longe demais para ele poder ajudá-la. Ela se mudou para a Espanha e ele deslanchou socialmente mais ou menos ao mesmo tempo. Ficava com algumas garotas, entrou em outra faculdade e se envolveu com a ex-namorada de um amigo dele. Não foi exatamente simpático da parte dele, e o amigo também não ficou exatamente feliz, mas eles já estavam separados a algum tempo. Ficaram algumas vezes, até ensaiando mas nunca concretizando um relacionamento. A menina voltou da Espanha, passou férias na terra natal dele, a amizade tinha um cheiro estranho, um mixto de coisa que tinha ficado muito tempo no armário e droga barata. Ela estava no áuge da espiral. Ele nem mesmo comentou nada com ela, porque se conselho fosse bom não se dava, vendia. Ela voltou para a Espanha, e a ex-namorada do amigo foi passar uns meses na Alemanha. O cara estava sozinho de novo e com aquela estranha sensação de que repelia toda mulher com quem se envolvia. Então ele conheceu uma outra garota, ele à beira de um ataque depressivo profundo, ela bêbada demais para distinguir ele de uma mancha na parede. Mas graças a um amigo em comum eles se conheceram melhor e ficaram algumas vezes. A garota então disse para ele por favor não ficar triste, não era nada com ele, mas ela não queria se envolver. Ele passou alguns meses em uma depressão brava, tirou notas baix(íssim)as na faculdade, aquela coisa toda de gente que não sabe lidar com seus próprios sentimentos. Mas como pedra que não se mexe cria limo, ele resolveu sair da cama um dia durante as férias, pegar um ônibus para sua cidade natal e tirar toda aquela merda da cabeça. Se envolveu com uma paixão antiga. Ficaram 3 meses juntos. Como todo relacionamento fulminante, acabou de repente. Mas ele logo se envolveu de novo com a garota anterior, a que ele conheceu por um amigo comum (que na verdade era irmão daquela paixão antiga; mundo pequeno). Para tornar uma historia longa curta, eles estão juntos a mais de um ano, ele conseguiu transferência para a faculdade dos sonhos dele e está trabalhando em um projeto que trás grande satisfação pessoal e profissional (e pouco dinheiro). A menina da Espanha voltou novamente. A amizade parece feita de vidro, frágil e antinatural. A namorada do cara, apesar de já ter sido odiada por tabela pela menina (o mundo é pequeno, eu já disse, coisas de odiar a menina que sua amiga odeia porque ela roubou outro cara dela um milhão de anos atrás) resolveu se tornar amiga da menina. A amizade parecia bem, mas a menina fez uma revelação para a namorada do cara:
"Cuidado com ele. Ele é chato e grudento. Ele sempre atrapalhou meus relacionamentos e nunca se tocava de que eu não o queria mais por perto."
A namorada não contou para o cara a princípio. Mas quando os dois ficaram sabendo que em vários momentos a menina havia feito comentários no mínimo não lisongeiros sobre os dois, ela contou para o cara. E a reação do cara é este texto. Porque ele parou para pensar. Se ele era chato e grudento, porque ela chamava ele pra sair toda vez ? Porque ele tinha um sedã que comportava confortávelmente todas as pessoas que ela quisesse carregar de um lado pro outro ? Talvez. Ele nunca se tocava de que ela não o queria por perto. Mais uma vez, ele até se tocou quando ela disse que não queria mais nada com ele, e apesar de nutrir uma esperança não ser crime, ele se sentia meio criminoso. Mas ainda assim ela o convidava para sair toda vez. Erro dela de deixar o chato grudento por perto, mesmo não nutrindo a esperança dele. Mas a parte que ele realmente achou interessante foi a de que ele sempre atrapalhou os relacionamentos dela. Numa visão simplista que ele tinha da situação, ele até chegou a levar a frase a sério. Ele sempre estava junto quando ela estava ficando com outro cara, às vezes fazendo cara feia para ele. Mas quando ele resolveu analizar estes últimos anos de história ele se tocou de que graças a ela, nenhuma garota nunca se envolvia com ele. Ela estava sempre por perto ou se não estivesse interrompia ele no meio de seja lá o que ele estivesse fazendo para pedir carona. Ele nunca conseguiu dar rumo na vida dele do ponto de vista emocional e profissional até ela ir embora. E agora isso. Sem falar em outras coisas, como ela se dizer PhD. nele, ou o e-mail gigantesco que ela mandou para a namorada dele na época em que a tentativa de primeiro negócio dele foi pelo cano, dizendo que ele não tinha competência para gerir um negócio, que ela sabia que ia dar em merda, disso pra baixo. Isso quando todo mundo estava tentando consolá-lo. (A namorada nunca recebeu o e-mail. O cara tem o mau-hábito de fuçar no computador dela, leu o e-mail antes dela e o apagou. Ela só ficou sabendo deste e-mail nos últimos tempos) A conclusão disto tudo é que se realmente ela achava dele tudo aquilo que ela disse, ela deveria ter tido a decência de dizer isso pra ele e se afastar dele. Porque, pensando bem, ele teria desperdiçado muito menos tempo com ela.

Escrito pelo Unknown

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